terça-feira, 9 de setembro de 2008

Nos quinze anos de existência ,o Grupo escreveu várias músicas. Abaixo algumas letras do "Casa Aberta".




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Grito anônimo


Paira sobre a minha cabeça
o modelo das coisas.
A representação do talento inventivo.
Me sinto jovem no espaço ilimitado,
em que se movem os astros.

Não faz mal ter somente
a vontade que se desfaz em fios.
Um grito anônimo.
que se eleva e se desloca
invadido de tédio e de esperança.

Não doe mais saber,
que a semente que passou de tempo,
um dia vai germinar confusa,
escondendo a luz de néon
no fundo de um caminho
subterrâneo.

Me sinto jovem
olhando as estrelas no céu.
Um grito anônimo
a luz de néon.
O talento inventivo
em que se movem os astros.

Taquiarritimia

Envolto a lua no meu passo andejo
Sigo sozinho meu compasso.
E de regresso ao abrigo um abraço.
Beijo o mundo meu espaço.
Filas e filas intermináveis,
Fios de ligação,
Fumaça na boca e um gosto de chão.

E como ser capaz de abrir a mão.
Taquiaritimias, ataques do coração.
E como viver mais, sentir tesão.
Se a noite eu me acabo
na frente da Televisão.

É gente demais,
é gente demais!
Estradas, calçadas, nas praias
É gente demais!

Toda manhã a procura de um lindo dia.
Robô sozinho dentro de um carro.
Nas ondas do rádio um amigo, um escravo.
Se acabam na noite, lacaios de um cigarro.

Metrô, pingentes,
Escadas rolantes, enchentes.
É gente na frente.
É gente atrás.
É gente demais!

Renascendo

O dia nasceu diferente esta noite.
E a noite se foi igual neste dia.
A vida bate forte e brava num tambor.
E os homens correm.
E os homens correm, correm
Atrás do imperador.

A noite se foi diferente este dia.
E o dia nasceu igual nesta noite.
Noite e dia, dia e noite.
E o tempo voa,
E o tempo voa, voa
Atrás do sonho a motor.

Vou caminhar pela noite,
E o dia sonhar.
Que o trabalho vai gratificar.
Que a criança não vai mais chorar.
É a força que tem que brotar.
A doença é que vai curar nossas vidas.

Vou me despir para a luta,
E na lua morar.
Que o trabalho vai continuar.
Que a criança tem mais que sorrir.
O adulto precisa chorar.
Dia e noite viver a sonhar.
Com a gente.

Muita Paz

De manhã você sorri.
E solta a voz cantando.
Fim da novela ao botequim .
É sonho feito por aqui.
É paz, muita paz. É paz.

Você faz, também destroi,
O trem doido que não vem.
Não tem trocado, mas constrói ,
O elevado e o amém.
É Deus, meu irmão.
É paz, muita paz.

É madrugada, vai dormir .
E vem a fada no jardim.
Jogando flores, só jasmins.
E de manhã você sorri.
É paz, muita paz. É paz.

Claro cristal

Muito mais vivo que qualquer jardim.
E mais a vontade que numa cidade.
E disfarçado debaixo do sol.
Um arco-íris refletiu.
Mesmo o brilhante deixou de existir.
Uma aventura imaginei.
Claro cristal prá você ter.
Pode guardar.
Rara beleza retoma o cristal.
A água que cai, despertei outra vez.
Cada segundo, minuto passou.
E me esqueceu sem te acordar.
E o brilhante voltou a existir.
Uma aventura imaginei.
Claro cristal prá você ter.
Pode guardar.

Trevo de quatro folhas

Suporta o fogo do desejo,
E encontra as quatro folhas do trevo da paixão.
Acorda e bota fé naquela estrela.
Que ela te ajuda a navegar no velho barco.
Mesmo onde não existe mar.

O que cresceu dentro do peito,
Pode estar navegando em águas de outro lugar.
Ou na marola da manhã.

Deixa o barco navegar,
Que na tormenta ele tenta até se reencontrar.
Na calmaria do dia.

O barco é a força do desejo.
É o segredo que navega,
E sabe que um dia vai voltar.
A viagem não pode parar
Olha morena! Tú me ensina fazer renda,
Que eu te ensino a navegar.... no mar.

O vento

O vento venta em cada canto,
E em cada canto o vento venta diferente.
Nos diferentes cantos os ventos cantam.
Nos diferentes ventos os cantos ventam.

E o vento venta frio.
E o vento venta forte.
Nos diferentes cantos frios.
Nos diferentes cantos fortes.

Luz da Cidade

Olha a luz da cidade.
Olha a treva dos jovens.
Eles caminham de óculos de sol.
Sem saber que dia é manhã.

Sinto pena do tempo.
Feito uso diário.
Os dias passam e sem saber,
Qual o motivo de sonhar e viver.
Viver e sonhar.

Mas se você não gritar.
Ninguém vai te escutar.
Nosso sonho tem que se unir,
Feito crianças brincando no chão.

Se você não gritar,
A luz vai apagar
Só depois é que vamos saber,
Se a infância não foi ilusão.

Existir no silêncio


Desprender o corpo nessa mansidão.
É ver o nosso rosto e ter a impressão.
Que o manto do silêncio acaba de falar.
Pela clareira da estrada,
Na noite viajam seus sonhos.
E nos olhos, a luz do sol brilha,
Feito feto que nasce de dia.
Que chora um choro alegre,
Tem na boca um sopro de vida.

É ver o nosso rosto e ter a impressão.
Que a fala feliz da poesia descobriu a emoção.
Sonhos que esperam espaço,
Passam velozes por dentro.
E a gente viaja depressa,
No melhor sempre tem de acordar.
Nossa mãe nos chama prá vida,
E a gente vai trabalhar.

É ver o nosso rosto e ter a impressão.
Que da noite pro dia um filho pode nascer.
É ver o nosso rosto e ter a impressão.
Que o manto do silêncio acaba de falar.

Mistério

A chegada era sempre um mistério.
O que ela tem prá contar.
É o trabalho, a inspiração, o luar.
O trabalho, a inspiração, o luar.

Era gostoso sentir você num abraço sincero.
E depois sair, sair, me ouvir, me ouvir.
O que eu tenho prá contar.
O que eu tenho prá contar;
É o poema, a canção, o vulgar.

Cada passo um tropeço, e analisar.
Qual dos dois ama mais?
O poeta que canta ou a musa que chora?
Qual dos dois sofre mais?
O poeta que ainda canta ou a musa que ignora?

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